Os promotores Dr. Breno Costa da Silvam, Dra. Ingrid Costa dos Reis, Dr. Sílvio Landin e o delegado Dr. Davi, que participaram da Operação Catarse III, realizaram uma entrevista coletiva ainda na parte da manhã dessa quinta-feira (23), e fizeram um balanço da operação que aconteceu na Câmara Municipal de Muriaé.
De acordo com a equipe do MPMG, essa fase, foi em torno da área contábil do Legislativo, o que resultou na prisão do diretor, responsável pelo setor. Houve buscas tanto na Câmara, como na casa do preso.
Balanço do MPMG
De acordo com o Gaeco, está sendo investigada a existência de um complexo esquema criminoso conduzido por vereadores e empresários, com a emissão de notas fiscais frias para legitimar o pagamento ilícito de verbas de gabinete aos parlamentares investigados, inclusive no cenário de empresas registradas em nome de “laranjas”.
Também estão sendo apuradas condutas de agentes políticos da Câmara Municipal de Muriaé que teriam compelido servidores públicos a repassarem parte de seus vencimentos aos investigados, inclusive coagindo-os a realizarem empréstimos bancários para a concretização dos delitos. Desses servidores vítimas, alguns declararam que ficaram endividados e chegaram a adoecer em razão das ameaças indiretas feitas pelos envolvidos.
Ainda conforme as investigações, há indícios da ocorrência de um complexo esquema de desvio de verbas públicas e lavagem de dinheiro, em especial quanto à contratação de empresas aparentemente de fachada pelo município de Muriaé, que pode ter gerado um dano ao erário superior a R$ 10 milhões.
Bens indisponibilizados/apreendidos
Até o momento o MPMG conseguiu indisponibilizar e/ou apreender os seguintes bens: R$ 310.550,96 em cheques apreendidos, R$ 77.228,30 em dinheiro, R$ 34.481,92 bloqueados judicialmente, dois caminhões, duas caminhonetes, um ônibus, seis automóveis, uma motocicleta e três reboques/carretinhas.
A operação desta quinta-feira ainda está em andamento e conta com a participação de promotores de Justiça, servidores do MPMG, policiais do Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp), Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e Delegacia Especializada de Repressão à Organização Criminosa (Draco) – todos da Polícia Civil de Minas Gerais –, Grupo de Combate às Organizações Criminosas (GCOC) e policias militares da 4ª Região.