Operação Mãos Invisíveis, desencadeada pelo Gaeco da Zona da Mata – Unidade de Visconde do Rio Branco e pela Promotoria do Patrimônio Público de Muriaé, investiga a possível existência de uma associação criminosa composta por ex-presidentes da Câmara Municipal de Muriaé, um ex-diretor financeiro da Casa Legislativa, funcionários públicos e empresários, destinada ao cometimento de crimes de lavagem de dinheiro e fraudes à licitação.
O Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) – Regional da Zona da Mata, em conjunto com o Gaeco de Juiz de Fora, com a Promotoria do Patrimônio Público de Muriaé, e com as Polícias Militar e Civil do Estado de Minas Gerais, deflagrou, na manhã desta terça-feira, dia 26 de novembro de 2024, a Operação Mãos Invisíveis.
Estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão nos Municípios de Muriaé, Vieiras e Juiz de Fora.
Segundo as investigações, os empresários e agentes públicos, em conluio com 2 vereadores da cidade de Muriaé e um diretor financeiro do Legislativo, constituíram um verdadeiro “consórcio de empresas fraudulentas” para viabilizar a prática de crimes contra a administração pública, com a contratação com o poder público.
Para a aludida contratação com o poder público, empresas do ramo da construção civil foram criadas em nome de “laranjas”, para, mediante mútua colaboração, frustrarem a concorrência de vários procedimentos licitatórios, nos municípios da microrregião de Muriaé.
Após as contratações, os vultosos valores obtidos circulavam em nomes de interpostas pessoas, num cenário de “Lavagem de Dinheiro”.
A Operação Mãos Invisíveis é uma decorrência das Operações Catarse1 e Metástase 2, deflagradas pelo GAECO nos anos de 2021, 2022, 2023 e 2024, que demonstraram a existência de um complexo esquema de desvio de verbas públicas, envolvendo fraudes a licitações, delitos diversos contra o patrimônio público e lavagem de dinheiro, perpetrados por agentes públicos e empresários por meio de “empresas de fachada” e interpostas pessoas (“laranjas”), com o fim específico de enriquecerem ilicitamente às custas dos cofres públicos da região de Muriaé.
As diligências estão em andamento e mais detalhes serão dados no decorrer do dia de hoje. A operação desta terça-feira conta com a participação de Promotores de Justiça, servidores do Ministério Público, policiais civis e militares.
NOTA DE ESCLARECIMENTO
A respeito dos mandatos de busca e apreensão realizados na Casa Legislativa pelo Gaeco, na Operação Mãos Limpas, na data de hoje (26 de novembro), a Câmara Municipal de Muriaé informa que se trata de ações investigadas, envolvendo um Vereador em exercício e um ex-servidor da Casa (que já se encontra desligado desde abril), não referentes a suas atribuições como vereador e como servidor desta Casa.
Como sempre, a Câmara de Muriaé se manteve colaborativa com os órgãos de segurança pública, prezando pela transparência e pelo rigor das investigações.