Dois alunos, de 15 e 17 anos, ficaram feridos durante uma briga na Escola Estadual São Miguel, em Barbacena, na manhã de segunda-feira (16). Os ferimentos aconteceram enquanto eles tentavam desarmar duas alunas, de 14 e 16, que foram para a instituição armadas com facas.
As jovens foram apreendidas por crime análogo a lesão corporal seguido de ameaça. O ataque teria sido motivado após outras duas estudantes, de 15 anos, publicarem um vídeo de uma das autoras nas redes sociais.
De acordo com o boletim de ocorrência, a Polícia Militar foi acionada por volta das 7h, no início do turno da manhã. No local, encontraram as duas suspeitas, que são irmãs, armadas com facas, em uma escada da instituição. Depois de conversarem com elas, os militares conseguiram desarmá-las e as levaram até o refeitório.
Acompanhadas da vice-diretora, as jovens foram revistadas por uma policial do Programa Educacional de Resistência às Drogas e Violência (Proerd), que constatou que não havia mais objetos que pudessem ferir as garotas e demais alunos.
Aos militares, as suspeitas afirmaram que foram armadas para a escola com o objetivo de ferir duas colegas, depois que uma delas publicou um vídeo nas redes sociais. A publicação seria de uma das suspeitas sendo agredida no Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte.
Durante a briga, dois estudantes tentaram desarmar as garotas. Eles tiveram ferimentos leves e foram encaminhados a uma unidade de saúde da cidade. Um deles apresentava cortes superficiais nas mãos e marcas de mordidas no dedo.
Ameaças:
As alunas que foram alvo das irmãs relataram que, desde que o vídeo foi publicado, passaram a receber ameaças de morte de uma das suspeitas. No entanto, elas não acreditaram que as intimidações seriam verdadeiras. Professores, a vice-diretora e demais funcionários também chegaram a ser ameaçados pelas adolescentes.
A direção da escola chegou a tentar acionar a mãe das garotas, mas não tiveram sucesso. Conforme consta no Boletim de Ocorrência, o Conselho Tutelar de Barbacena também foi acionado, mas agentes teriam afirmado que não compareceram ao local e que não acompanhariam as suspeitas. Diante de negativas, os militares pediram que as adolescentes informassem o endereço em que moravam e lá encontraram a genitora.
O episódio foi registrado como crime análogo a lesão corporal seguido de ameaça. A reportagem procurou a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais que lamentou o ocorrido. A pasta afirmou que a Superintendência Regional de Ensino de Barbacena, responsável pela coordenação da escola, está acompanhando o caso e enviará o Serviço de Inspeção Escolar até o local para apurar os fatos e avaliar medidas cabíveis.
“A SEE/MG reforça que repudia qualquer conduta que possa ferir princípios irrevogáveis da dignidade humana, como o respeito mútuo, que deve ser cultivado de forma irrestrita nas instituições de ensino. Visamos, ainda, a construção de uma cidadania saudável a todos no ambiente escolar, além de resguardar o direito de defesa dos envolvidos”, informou o Governo de Minas.
Fonte: Estado de Minas