A Penitenciária Doutor Manoel Martins Lisboa Júnior, em Muriaé, é mais uma unidade prisional de Minas Gerais a inaugurar fábricas que proporcionam trabalho para custodiados e benefícios para todos. No início de novembro, em parceria com a empresa HC Quality, a penitenciária começou a produzir aventais para procedimentos hospitalares e industriais e já conta com a mão de obra de 10 presos, que têm como meta produzir, cada um, 400 itens por dia. As peças produzidas terão como destino inicial um galpão da HC, no próprio município, onde também foi formalizada uma parceria para, futuramente, receber presos para trabalho extramuros. Após essa etapa, os materiais serão encaminhados para o estado de São Paulo.
A fábrica de aventais foi instalada no interior da penitenciária pelos próprios custodiados, que também fizeram a manutenção das máquinas recebidas pela empresa parceira e pelo Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG). Para entregar produtos de qualidade, os presos passaram por um curso de qualificação em costura com duração de dez dias, fornecido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). Todos os envolvidos na produção terão direito à remição de pena, conforme estabelecido pela Lei de Execução Penal (LEP), além de 3/4 do salário mínimo.
O diretor de Atendimento da unidade, Eduardo Nonato, explicou que o projeto não só promete impactar positivamente a rotina dos presos envolvidos, mas também representa uma possibilidade de ressocialização e geração de oportunidades dentro do sistema prisional. “É uma grande conquista, por se tratar de uma frente de trabalho interno, envolvendo presos do regime fechado. Já estamos com projeto e iniciaremos a expansão, trazendo toda a parte de corte dos tecidos para dentro da unidade, gerando mais oportunidades de trabalho interno”, disse.
Para conseguir alcançar a meta proposta, de centenas de aventais por dia, os presos passarão por mais cursos de aprendizagem. Nos próximos dias, eles participarão de uma oficina de enfesto e corte de tecido, também com apoio do SENAI. O diretor de Atendimento tem metas para a produção e enxerga a Penitenciária de Muriaé com enorme potencial para o negócio. “Além do bom trabalho, a unidade tem uma localização estratégica em relação aos eixos rodoviários e ajudará a suprir a demanda de aventais para procedimentos médicos para além de Minas Gerais”, concluiu.