Por 16 votos a favor, a Câmara Municipal de Muriaé aprovou a cassação do mandato de Carlos Delfim, que deve ficar inelegível pelos próximos oito anos. A votação foi realizada nesta quarta-feira (17), em uma reunião extraordinária especial, com a comissão processante.
O Suplente Reginaldo Roriz não pode votar, por ser o vereador que supostamente teria interesse no resultado.
Carlos Delfim já tinha renunciado ao mandato na tarde de terça-feira (16), quando os seus advogados entregaram a Presidência da Câmara Municipal um ofício, onde renunciava ao mandato, que exercia desde 2013 e havia sido reeleito Ele estava afastado desde novembro de 2021, quando foi preso na Operação Catarse do Ministério Público de Minas Gerias, em conjunto com o GAECO. Na época ele ficou preso por cinco dias e depois conseguiu o direito a prisão domiciliar expedida pela Justiça.
Operação Catarse:
O parlamentar foi um dos investigados dentro da Operação “Catarse”, iniciada em 2021, com participação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Promotoria do Patrimônio Público de Muriaé e Polícias Civil e Militar.
Segundo o Ministério Público, servidores públicos eram forçados a repassarem parte dos vencimentos a vereadores. Os funcionários também eram coagidos para realizarem empréstimos bancários para a concretização dos delitos.
Dessas vítimas, algumas declararam que ficaram endividados e chegaram a adoecer em razão das ameaças indiretas perpetradas pelos investigados.
A Operação Catarse esta em sua 5ª Fase em Muriaé.
Condenação:
Em fevereiro deste ano, Carlos Delfim foi condenado a cinco anos e quatro meses de reclusão por envolvimento em um esquema de rachadinha operado na Câmara Municipal. Segundo o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), ele é apontado como principal responsável pela prática do crime.
O caso foi julgado pela Vara Criminal da Comarca de Muriaé.
O vereador, de 41 anos, ainda responde criminalmente por outros 178 crimes de peculato e dois delitos de lavagem de dinheiro, ação que ainda está em andamento no Poder Judiciário.
Processo:
O primeiro processo de cassação contra Carlos Delfim foi arquivado devido a demora no prazo para que fosse votado pelos vereadores da casa.
Depois disso, o vereador Reginaldo Roriz, que assumiu a vaga de Carlos Delfim como suplente, protocolou um novo pedido de cassação em fevereiro deste ano. Após esse pedido, os vereadores da Comissão se reuniram, seguindo todas as normas e hoje aconteceu a votação.
Audiência de Instrução:
No dia 17 de abril, foi realizada a Audiência de Instrução do vereador afastado Carlos Delfim – PDT e de uma testemunha apresentada por sua Defesa. Na época, os membros da Comissão, tomaram depoimento do vereador afastado e interrogaram sua testemunha. Duas outras testemunhas apresentadas inicialmente pela defesa foram dispensadas.
Prisão e Transferência:
No dia 20 de abril Carlos Delfim foi preso novamente pelo MPMG, passou mal na delegacia, foi encaminhado ao Hospital São Paulo e após ter alta, foi transferido para um presídio na cidade de Uberlândia, onde continua preso.
CLEBER DE OLIVEIRA PARADELA
18 de maio de 2023 at 10:44 AMÉ isso que esperamos daqueles que nos representam. É revoltante a complacência que se tem nesse país com políticos criminosos